ATA DA DÉCIMA PRIMEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA DA QUARTA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 14.02.1996.
Aos quatorze dias do mês de
fevereiro do ano de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, na Sala de
Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove
horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a segunda chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Antônio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clovis
Ilgenfritz, Edi Morelli, Fernando Záchia, Henrique Fontana, João Dib, João
Verle, Luiz Braz, Mário Fraga e Reginaldo Pujol, Titulares; Décio Schauren e
Jocelin Azambuja, não-Titulares. Constada a existência de “quorum”, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas
em avulsos cópias das Atas da Nona e Décima Reuniões Ordinárias, que foram
aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Antônio Hohlfeldt, 07 Pedidos
de Providências e 02 Pedidos de Informações nºs 15 e 16/96 (Processos nºs 314 e
322); pelo Ver. Artur Zanella, 02 Pedidos de Providências; pelo Ver. João Dib,
01 Pedido de Informações nº 19/96 (Processo nº 396/96) e 01 Pedido de
Providências; pelo Ver. Luiz Braz, 02 de Pedidos de Providências. Ainda, foram
apregoados: Ofício nº 64/96, do Senhor Prefeito Municipal, solicitando
afastamento no período de quatorze do corrente a primeiro de março, para
participar do Encontro Latino-americano de Políticas Públicas e de
Desenvolvimento Econômico-Social, na Cidade do México; Ofício s/nº, do Ver.
Henrique Fontana, Líder do Partido dos Trabalhadores, comunicando que o Ver.
Darci Campani substituirá, a partir do dia primeiro de corrente mês, a Vera.
Helena Bonumá, em Licença para Gestante, tendo em vista o impedimento do Ver.
Gerson Almeida. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 01, 02 e 55/96, dos
Presidentes das Câmaras Municipais de São Gabriel, Cidreira, Barra do Guarita e
Santa Maria; nº 02, da Assessoria de Assuntos Parlamentares do Ministério da
saúde; nº 266/96, do Presidente do Tribunal de Justiça do Estado; s/nº de
Deputado Estadual Luiz Valdir Andres e do Senhor Carlos Roberto Foschiera,
Presidente da União Gaúcha dos Criadores de Canários; Cartões: do Deputado
Estadual Rubens Pillar e do Presidente da Câmara Municipal de Arroio dos Ratos
e Convite do Ver. Fernando Martins, Presidente da Comissão Municipal de Defesa
do Consumidor da Câmara do Rio de Janeiro, para o I Encontro Nacional de
Comissões Municipais de Defesa do Consumidor. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver.
João Dib denunciou a existência de poluição sonora no Best Bier, casa de
entretenimento noturno próxima a sua residência, comentando haver sido vetada a
lei que trata desse assunto pelo Prefeito Municipal. O Ver. Artur Zanella
homenageou o Senhor Antônio Zaffari pelos serviços prestados à comunidade
porto-alegrense, lembrando que o mesmo foi Vereador em Herval, interior do
nosso Estado. A seguir, o Senhor Presidente respondeu Questão de Ordem do Ver.
Antônio Hohlfeldt a respeito de seu afastamento durante o período da Comissão
Representativa, informando que o mencionado processo está na Procuradoria desta
Casa parecer. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Antônio Hohlfeldt informou ter o
País perdido duas grandes personalidades, o crítico Paulo Fontoura Gastal e o
empresário Antônio Zaffari, tecendo comentários acerca do pronunciamento do
Ver. Artur Zanella. Propugnou por atenção ao seu Pedido de Providências, datado
de quatorze de julho de mil novecentos e noventa e quatro, até hoje não
atendido pelo Prefeito Municipal. Após, constada a existência de “quorum”, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados. O
Projeto de Decreto Legislativo nº 01/96 e as Indicações nºs
10/96 e 11/96. Em prosseguimento, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES. O
Ver. Reginaldo Pujol comentou sobre a falta de água potável na zona norte da
Cidade, em função de obra executada pelo Departamento Municipal de Água e
Esgotos. O Ver. Luiz Braz referiu-se às mudanças no trânsito nas redondezas da
Estação Rodoviária da Capital, pela Secretaria Municipal dos Transportes. Falou,
também, sobre a falta de fornecimento de água potável à população
porto-alegrense, afirmando que esta Casa perdeu o poder de decisão com a
Cidade. O Ver. João Dib reportou-se à invasão de área verde na Restinga,
pertencente ao Departamento Municipal de Habitação, informando que foi
concedida a reintegração de posse à referida área por decisão da Justiça,
havendo, assim, dois tempos e dois momentos para o Prefeito Municipal
administrar a Cidade. O Ver. Henrique Fontana comentou as mudanças na Cidade,
dizendo reconhecer a falta de água em diversos bairros e justificando essas
dificuldades que a população vem sofrendo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Luiz
Braz comentou sobre o programa “Cidade Viva”, questionando o critério de sua
produção. Disse que a Administração Municipal vem fazendo publicidade através
desse programa. Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Edi Morelli criticou o Departamento
Municipal de Água e Esgotos pelas constantes faltas de água no Parque Lavoura.
Reiterou as críticas feitas pelo Ver.
Luiz Braz ao programa “Cidade Viva”, dizendo que o Partido dos Trabalhadores
transformou o Orçamento Participativo e o asfaltamento de ruas em cabos
eleitorais. O Ver. Antônio Hohlfeldt teceu elogios à Senhora Lenora Ulrich pelo
trabalho desenvolvido no Departamento de Esgotos Pluviais. Afirmou que o
Departamento Municipal de Água e Esgotos fez um investimento ruim em suas
obras. Às onze horas e trinta e cinco minutos, nada mais havendo a tratar, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão de Instalação da Quarta Sessão Legislativa, na próxima
sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Edi Morelli e Reginaldo Pujol e secretariados pelo Ver. Mário Fraga. Do que eu,
Mário Fraga, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e
por mim.
O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): Com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFEDLT (Questão de Ordem): Fui informado de que, na
minha ausência, foi levantada, no Plenário, uma Questão de Ordem com relação ao
pagamento de licenças durante o período da Comissão Representativa. Havia
conversado com o Ver. Isaac Ainhorn, discutindo a questão, aguardava o encaminhamento
do problema, mas como já está virando fofoca, e já foi parar na cozinha da
Casa, gostaria de ter acesso ao Processo, saber o que está sendo decidido, não
tenho nada a esconder, realmente tomar conhecimento e fazer discussão do que
está sendo encaminhado.
O SR. PRESIDENTE: Responderemos em seguida a Questão de Ordem
de v. Exa.
A Mesa apregoa
o recebimento de Ofício, s/nº, do Ver. Henrique Fontana, Líder da Bancada do
PT, comunicando que o Ver. Darci Campani substituirá, a partir de 1o
do corrente mês, a Vera. Helena Bonumá, em Licença de Gestante, tendo em vista
o impedimento do Ver. Gérson Almeida.
O ver. João Dib
está com a palavra em tempo de Liderança.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meu caro
Prefeito Tarso Genro, que não está presente, mas o Embaixador há de transmitir
a minha mensagem. Sou um homem que não tem ódio e que não cultiva o ódio. No
dia 31 de dezembro de 1968 fui assaltado, baleado e fiquei nas condições em que
hoje me encontro, que sem dúvida nenhuma são de grandes dificuldades, mas
também nada de mais. Não tive ódio, em momento algum, daquele que me feriu e
que tinha intenção de faze-lo. Sou um homem que fala com Deus, e é claro que
falo, mas ele não me responde, mas eu tenho o direito de falar.
Na semana que
passou, fui a um restaurante com amigos, saí de lá satisfeito na sexta-feira, à
noite, e no sábado tive problemas sérios de infecção alimentar. Não fiquei com
ódio do dono do restaurante, porque ele não tinha culpa. É um restaurante de um
homem caprichoso, de um homem correto, que trabalha com a sua família, mas eu
tive que suportar quatro dias de martírio e de tortura. Eu falava com Deus e
perguntava para Ele por que me teria feito aquilo, e também disse para Ele que
isso deveria ter alguma razão. Fiquei triste, fiquei brabo, mas não fiquei com
ódio do dono do restaurante. Nesta madrugada, quando senti que os malefícios
passavam, acordei, ri e, de novo, falei com Deus e disse: Tu és muito bom
mesmo. Eu já sei porque tu me fizeste passar todo esse trabalho: para que eu
entendesse que ainda podia resistir a alguma coisa, mas para que também eu
pensasse. Eu, quatro dias sem ter o que fazer, acho que tinha que pensar mesmo,
e, algumas coisas ocorreram, mas também não fiquei com ódio. Também deixei
passar. E exatamente uma delas chama-se poluição sonora. Uma cidade que, em
1972, recebeu do Instituto brasileiro de Acústica, a informação de que fazia a
melhor lei sobre poluição sonora do País, de autoria deste Vereador, elogio
para a Câmara Municipal. Se uma Câmara faz uma lei boa ela se projeta no
conceito nacional, e eu estava contente por isso. Mas esta lei, ao longo do
tempo, foi aprimorada, foi melhorada, e eu fiquei contente.
No ano passado,
que eu tentei fazê-la mais aplicável, mais observada, mais respeitada, porque
eu sempre digo desta tribuna, lei deve ser clara, precisa, concisa e
respeitada. E o Prefeito desta Cidade e sua honrada assessoria, veja só que eu
digo honrada e não tem adjetivo adiante, o Prefeito inteligente, competente,
mas a sua assessoria apenas honrada, vetaram a lei e eu não entendia. Mas por
que vetaram? Porque diziam eles que tinham instrumentos melhores que aqueles,
maiores que aqueles, capazes de ferir mais o bolso do contribuinte produtor do
ruído. Mas eu não estava interessado em arrancar dinheiro de ninguém, isso para
mim não era justificativa. Se o indivíduo infringiu a lei, repetiu, e agredindo
a população, eu não posso entender que ele seja contemplado com multas para que
o erário municipal enriqueça. Não, eu não posso entender isso. E o prefeito
vetou, justificando que tinha meios mais certos. Mas os quatro dias me fizeram
refletir que eu ouvia a mais de 150 metros: os tambores Best Bier: e ao querido
jornalista, meu amigo, que eu chamei de embaixador, e o é realmente, eu
transmito um pedido: leve ao Prefeito a incoerência da sua assessoria, que
chamei de honrada, mas não mais do que isso, porque eu posso dizer
incompetente, tola, até por justificar um veto dizendo que tinha as armas,
negando-se a aceitar as armas que lhe estavam sendo dadas. Tola, portanto;
inépta; comprometedora. Leve ao Prefeito a necessidade de fazer usar as armas
que ele disse e assinou, de que dispunha, e que o Ver. Isaac Ainhorn, na
Prefeitura da Cidade, não pôde terminar, mesmo determinando.
Peço,
embaixador Adaucto Vasconcelos, meu amigo, respeitável criatura, que leve ao
Prefeito que há uma necessidade profunda de terminar com o ruído, até porque um
candidato a prefeito dizia isso hoje. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Artur Zanella está com a palavra em
Comunicação de Líder.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, meu pronunciamento é mais ameno, porque pretendo que seja uma
homenagem minha, e imagino que de muitos aqui, ou de todos, ou da Casa a uma
pessoa que nos deixou que foi Antônio Zaffari. Então, junto com um grupo de
pessoas, fizemos um pequeno texto para que fique nos Anais da Casa, quando
daqui a muitos anos alguém for consultar, ou forem publicados os Anais se saiba
que esta Casa, neste Dia, um Vereador disse: (Lê.)
“Peço licença
para falar de um homem.
Um homem
chamado Antônio Zaffari.
‘Ele cessou de
viver entre nós’, como diriam os romanos.
Mas o tempo que
lhe foi concedido viver foi digno e fértil.
Jamais encontrei alguém que tenha harmonizado com tal elegância poder de decisão com humildade.
Nenhum gesto de
proeminência, realce.
Para Antônio o
mando era uma responsabilidade e não um pedestal.
Em seu convívio aprendi que o maior talento de uma pessoa é sua sabedoria, posto que esta virtude madura e profunda, coloca em prática todo o conhecimento.
Sua cultura não vinha de cursos ou compêndios, vinha de um sensível conhecimento do ser humano.
Seu Antônio não cobrou da vida as dádivas do prazer e da alegria, reservando para si os sacrifícios.
São assim os
grande homens.
A Cidade que ele tanto amou e elegeu como sua, a ele conferiu o Título de Cidadão Emérito.
A cada um de
nós Deus deu um tempo e um espaço.
Antônio fez
este tempo valioso e este espaço mais belo e acolhedor.
O facho que
recebeu de seu pai Francisco, Antônio conduziu com galhardia.
Agora ele
entrega esta chama.
É preciso correr com esta chama iluminando caminhos que passam pelo senso de união e consagração ao trabalho.
Um manto de
silêncio cai sobre Antônio.
Choremos esta
morte para que não sequem nossos melhores rios interiores.
Não foi para
morrer que nascemos.
Um vôo finda
quando outro principia.
Num só
murmúrio, cabe dizer. Boa noite amigo”.
Eu digo isso
porque, em conversa com o Antônio, ele me disse da saudade que ele tinha quando
foi Vereador em Erval, no interior do interior do Rio Grande do Sul e ele
sempre contribuiu com essa Cidade, com a Prefeitura, com todos os eventos
culturais desta cidade. Por isso eu queria fazer uma homenagem ao Antônio
Zaffari, eu não posso dar uma aparte ao Ver. Clovis, mas eu incorporo o meu
discurso à Bancada do PT, do PTB, do PMDB. Eu agradeço ao Ver. Clovis, ao Ver.
João Dib, ao Ver. Záchia, ao Ver. Braz que estava conosco no enterro, ao Ver.
Antonio Hohlfeldt, que sempre teve amizade com o Antônio Zaffari,
porque daqui a uns tempos ninguém mais sabe que ele foi um dos grandes
impulsionadores da cultura do Rio Grande do Sul. Nós temos a convicção de que
aquela pessoa merece a homenagem, mereceu o Título de Cidadão de Porto Alegre.
Eu quero que a sua família, os seus irmãos, a sua comunidade, a sua empresa,
levem de nós a posição de que em dia Porto Alegre vai esquecê-lo, mas nos Anais
desta Casa haverá sempre a manifestação de apreço àquele homem que tanto amou
Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa responde a Questão de Ordem do Ver.
Antonio Hohlfeldt, dizendo que o Processo está na Auditoria desta Casa para
Parecer. Será providenciado para que V. Exa. tome conhecimento do teor do Processo.
A palavra com a
Liderança do PSDB, Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFEDLT: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, acho que em boa hora o Ver. Zanella faz esse registro em torno da
figura de Antônio Zaffari e quero acrescentar, se me permite o Vereador, que
infelizmente nos últimos meses eu tenho me visto obrigado a comparecer diversas
vezes, não apenas no cemitério João XXIII, como em outros cemitérios da
Capital, sobretudo por desaparecimento de colegas nossos da “Caldas Júnior”.
Ainda ontem tivemos a perda do jornalista Paulo Fontoura Gastal, o Calvero ou
Acácio, o homem que transformou a crítica de cinema realmente num marco, não só
em Porto Alegre como em todo Brasil. O homem que defendeu o cinema brasileiro,
inclusive integrando a equipe de Roberto Cavalcanti, na Vera Cruz, nos anos 50.
O homem que recebeu desta Casa, numa proposta deste Vereador, mas ratificada
por todos os companheiros do Plenário, a homenagem, de Cidadão de Porto Alegre.
Esse homem fez
jornalismo cultural como não se faz mais, infelizmente, na imprensa brasileira,
que foi atacada pela moda da industria cultural, dos “cadernos dois” que
trabalham apenas com os “best sellers” internecionais. Eu confesso que nunca
havia visto tanta gente num enterro quanto no de Antônio Zaffari. Era
impressionante o conjunto de pessoas, por todo tipo de relação, profissional e
pessoal, que Antônio soube cultivar. Ontem, me impressionou também a presença
das pessoas no enterro de Paulo Fontoura Gastal, pessoas que provavelmente não
se encontravam há 10 ou 15 anos, desde o falecimento daquela fase histórica
do jornal Correio do Povo, que
significava o trabalho profissional de Paulo Fontoura Gastal, sobretudo como
Calvero, - encontrei gente ligada à distribuição de cinema em Porto Alegre, que
não via desde o desaparecimento do Correio do Povo e do desaparecimento da
página de cinema que Calvero mantinha, - escritores de Porto Alegre,
jornalistas de todas categorias que cruzaram com Paulo Fontoura Gastal, a frase
de Rui Carlos Ostermann e do Secretário de Cultura Carlos Jorge Appel sintetiza
muito bem a importância de Paulo Fontoura Gastal.
Todos nós, faço questão de me incluir, porque sempre me considerei um pouco filho adotivo de Paulo Fontoura Gastal, que trabalhamos em cultura nesta Cidade, neste Estado, fomos iniciados e devemos alguma coisa a Paulo Fontoura Gastal. Não é apenas o jornalismo, nem Porto Alegre que perde uma figura importante, mas é a cultura do Rio Grande do Sul, do Brasil. A página no “Correio do Povo” de cultura editada por Paulo Fontoura Gastal mereceu destaque num livro clássico de jornalismo, que é o livro do norte-americano “Fraser Bond, “Introdução ao Jornalismo”, editado pela Editora Agir, na tradução do Brasil, a montagem da página era feita durante as madrugadas na redação do Correio do Povo, esta página foi mencionada como exemplo de bom gosto, de estética e de paginação de diários mundiais. É um livro considerado clássico em termo de introdução do jornalismo em todo o mundo.
Feito este
registo, gostaria de fazer uma colocação negativa. Em 14 de julho de 1994 fiz
um Pedido de Providências de nº 448/94, para se fazer poda ou corte numa árvore
na calçada da Av. Protásio Alves em frente ao nº 2410. Esta árvore com a sua
copa tapa uma sinaleira existente na Protásio Alves, logo após a Rua Barão do
Amazonas. Há dois anos e meio fiz esse Pedido de Providência, até hoje aguardo
a diligência da SMAN. Houve a troca de quatro secretários titulares e suas
equipes, e a árvore continua crescendo. Agora, a copa já envolveu a sinaleira,
que se encontra dentro da árvore. Ontem, pedi que a minha assessoria separasse
o documento.
Depois ocuparei
o espaço que nos cabe hoje no Período de Discussões, para registrar um
agradecimento à Lenora Ulrich, Diretora titular do DEP, que se afastou. Quero
falar do trabalho que ela desenvolveu naquele órgão. Faço questão de usar um
tempo específico para fazer o registro desse trabalho. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quorum, passamos à
PROC. Nº 428/96 – PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 01/96, que autoriza o Sr. Prefeito
a afastar-se do Município, de 14 de fevereiro a 1o de março de 1996.
- da 4a Comissão
Representativa. Relator ver. João Verle: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PDL nº 01/96. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 0171/96 – INDICAÇÃO Nº 010/96, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
sugere ao Senhor Governador do Estado que, através da Secretaria Estadual da
Educação, seja implantado o 1o grau completo na Escola de 1o
Grau Incompleto Luiz Gama, localizada na Estrada Afonso Lourenço Mariante,
2000-Rincão
- da 4a Comissão
Representativa. Relator Ver. Edi Morelli: pela aprovação.
O SR.
PRESIDENTE: Em discussão a Indicação nº 10/96. (Pausa.) Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 0172/96 – INDICAÇÃO Nº 011/96, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
sugere ao Senhor Governador do Estado que, através da Companhia Estadual de Energia
Elétrica – CEEE, seja normalizado o fornecimento de energia elétrica no trecho
inicial da Av. Tramandaí, proximidades da Rua Dea Coufal – Ipanema.
- da 4a Comissão
Representativa. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação.
O SR.
PRESIDENTE: Em discussão a Indicação nº 11/96. (Pausa.) Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a Ordem do Dia, passamos ao
período de
O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra, em Comunicações.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Eu gostaria de registrar com satisfação as inúmeras manifestações
que tenho recebido dos companheiros desta Casa, independente de partido
político, relativamente aos episódios que envolveram, nos últimos dias, o
ex-integrante desta Casa, Deputado Federal Jair Soares. Evidentemente, Sr. Presidente,
que esta Casa é o fórum adequado para o tratamento dos problemas da Cidade de
Porto Alegre, e o registro que faço é
tão somente porque é a única tribuna que tenho acessível, nesta ocasião;
este período que o Regimento nos propicia para comunicação, quero aproveitá-lo
para enfocar assuntos mais diretamente ligados aos nosso dia-a-dia. Eis que,
aqui, e todos nós sabemos, e de uma forma respeitosa, todos, cada um em
especial, têm procurado cumprir os seus mandatos, fazendo os registros
adequados daqueles acontecimentos que envolvem a Cidade e que a nossa responsabilidade,
como representantes populares estabeleça como necessários de serem enfocados na
tribuna que ocupamos como decorrência da representação popular que estamos
investidos.
Todos os episódios
que narrei, anteriormente, e que me tenho envolvido sobremaneira não me
deixaram olhar com atenção que eu precisa ter olhado alguns fatos do dia-a-dia de Porto Alegre, sobre os quais tenho
me ocupado, ultimamente.
Mas, nem isso
obstou que eu flagrasse um fato, altamente, preocupante, e corrobora algumas
afirmações que temos feito, nesta Casa, e que enfatiza uma circunstância que os
bravos integrantes da Bancada do Partido dos Trabalhadores, certamente, haverão
de se ocupar nos próximos dias, oferecendo à Cidade de Porto Alegre as necessárias
explicações, e os necessários esclarecimentos.
Desta tribuna,
Sr. Presidente, em sessões anteriores, tenho travado, inclusive, algum diálogo,
especialmente com o Ver. Guilherme Barbosa, a respeito da atuação do DMAE.
Algumas afirmações nossas que foram contestadas, lamentavelmente, foram
comprovados pelos fatos dos últimos dias. As dificuldades, a verdadeira crise
de abastecimento de água potável, que a Zona Norte de Porto Alegre tem
vivenciado, determina, de forma imperativa, que a gente volte a tratar desse
assunto nesta casa. Na semana passada, na quarta-feira próxima passada,
registrávamos o anúncio do Departamento municipal de Água e Esgotos que
informava, em função de obras que precisava realizar na Zona Norte de Porto
Alegre, mais precisamente em torno da Rua Ouro Preto, que haveria de ser
interrompido o fornecimento de água, onde cerca de 130 mil pessoas, pelo espaço
não superior a 24h.
Lamentavelmente,
Sr. Presidente, algo que havíamos entendido como sendo uma situação altamente
delicada, a escolha do meio da semana para a realização dessas obras, que
naturalmente haveria de ocasionar transtornos para os moradores daqueles
inúmeros bairros, a efici6encia do DMAE, neste particular, não se fez sentir, e
houve situações em que o problema se arrastou até segunda-feira, quando só aí
foi restabelecido o fornecimento da água. E, por estranha coincidência, ele
ocorria quase que simultaneamente, com a notícia de dois acidentes na rede de
distribuição de água na Zona Norte, que, mais uma vez, determinavam que a
interrupção no fornecimento continuasse. Isso é muito grave, tenho
repetidamente situado esses fatos, e acredito que não podemos ter discussões
acadêmicas em torno desse assunto: existe uma
situação delicadíssima que precisa ser devidamente analisada, eis que
Porto Alegre freqüentemente apresenta esses cortes de energia, neste ano, em
inúmeras regiões, onde não ocorriam esses fatos. Ver. Edi Morelli, sei que V.
Exa. se preocupa de uma forma muito especial com a repetição desse fenômeno –
que já não é mais um fenômeno – que já não é mais um fenômeno, dada à sua
continuidade – lá, no Parque Lavoura, na Juca Batista. Com freqüência, há
visitas ao seu gabinete com reclamações desse porte. V. Exa., ainda no dia de
ontem, remetia alguns dos reclamantes até a minha sala para que fosse feito
esse registro. Mas, já não posso sequer fazer registros isolados dos fatos que
ocorrem na Juca Batista, no Parque Lavoura, na Lomba do Pinheiro e em partes da
Restinga, porque é tão grande o problema, que localizá-lo em situações
específicas passa a ser um tarefa enfadonha.
A Zona Norte de
Porto Alegre, durante quatro dias, - 130.000 pessoas, 41 bairros – teve
interrompido seu fornecimento d’água. As explicações dadas rezam que, na hora
de consertar uma válvula, esta não engatava direito... Uma explicação tão primária
que me recuso a aceitar. Não posso entender que pessoas que, há 20 ou 30 anos,
fazem a mesma coisa vão ter dificuldades de fazer um ajuste de uma válvula num
equipamento do DMAE e que tenham tanta dificuldade que fiquem mais de 100 horas
tentando resolver o problema.
Há pouco tempo,
fui acusado de fazer terror nesse particular. Mas, não há mais como alarmar a
Cidade; a Cidade já está alarmada com esse fato. A reincidência desses
acontecimentos é tão grande que já foi dito que, de cada três porto-alegrenses,
pelo menos um tem estado, nos últimos tempos, pelo menos 24 horas sem
fornecimento d’água. É uma situação mais do que crítica. Não sou eu que estou
alarmando a Cidade. A Cidade se alarma com essa situação caótica do
fornecimento d’água.
Eu deveria,
hoje, por uma questão de justiça, “cumprimentar” a Administração Municipal,
porque, pela primeira vez, em Porto Alegre, está sendo tomada uma atitude
concreta, no trabalho que busca interromper o esvaziamento progressivo que a
cidade sofre nos meses de janeiro e fevereiro. Pela primeira vez, vejo alguma
coisa concreta, que poderá, certamente, evitar que os porto-alegrenses saiam em
massa, como vem ocorrendo de forma progressiva, um grande número de pessoas que
se ausentam de Porto Alegre durante o fim-de-semana. Com essas inovações, que
foram feitas no trânsito em torno da Estação Rodoviária, penso que alguma coisa
de concreto está sendo realizada para se evitar que os porto-alegrenses saiam
de Porto Alegre. Objetivamente aquilo é um desestímulo para alguém que tente
alcançar a autopista, tente alcançar a “free-way”.
Eu, por
exemplo, na sexta-feira passada, gastei 22 minutos, Ver. Braz, para me deslocar
de automóvel da Av. Osvaldo Aranha até o Largo Vespasiano, onde fiquei mais 2
ou 3 minutos para travessia de pedestres, para depois alcançar a Av. Castelo
Branco. Quero dizer que, se não foi com esse objetivo, de qualquer maneira,
vamos reter os porto-alegrenses aqui, porque é tão difícil sair da cidade que
eles vão resolver ficar aqui. Os que ficam precisam ter garantido que o mais
elementar dos serviços públicos lhes seja assegurado com plenitude, com
segurança. Esse mais elementar serviço público é o fornecimento de água
potável, monopólio da municipalidade, concessão que está autarquizada no
Departamento Municipal de Água e Esgoto, que, de forma muito expressiva,
propaga pelos seus serviços e, na prática, tem-se mostrado altamente ineficiente,
para nossa preocupação e para o mal-estar de quantos na Zona Norte e outros
pontos de Porto Alegre que são prejudicados pela defici6encia desse serviço.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Os Vereadores Mário Fraga e Luiz Negrinho
estão ausentes. Com a palavra o Ver. Luiz Braz em Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Vou
aproveitar o pronunciamento do Ver. Reginaldo Pujol e dar duas pinceladas nos
assuntos abordados por ele. O problema da Rodoviária, se não houve acerto
naquela mexida, precisava se tentar alguma coisa. Os que trafegam para entrar
na Av. Mauá foram beneficiados, os que permanecem dentro de Porto Alegre, Ver.
Reginaldo Pujol – nisso V. Exa. está certo – foram beneficiados, porque o
tráfego fluiu melhor. Agora, para aqueles que querem entrar na Castelo Branco,
a solução não serviu. Outro dia ouvi uma sugestão que, talvez, pudesse até
melhorar essa tentativa da SMT para melhorar o tráfego: colocar aquela parada
de ônibus da Estação Rodoviária um pouco mais a frente, dando um pouco mais de
vazão aos ônibus, soltando mais o tráfego para os que querem entrar à direita,
em direção da Castelo Branco. Mas, acredito que, enquanto a Estação Rodoviária
permanecer ali, a situação é muito difícil. Muito embora os técnicos da SMT
sejam pessoas competentes – conhecemos a maioria deles -, a solução ali é
difícil sem uma obra física que pudesse dar uma condição melhor para as pessoas
chegarem à Estação Rodoviária sem precisar passar pela pista.
Quanto ao DMAE,
eu, que moro na Glória, pela Aparício Borges, já sofri na carne por diversas
vezes o problema. A canalização da nossa Cidade é de responsabilidade do DMAE,
e, em muitos pontos já é velha. Muitas vezes essa canalização rompe, como foi o
caso da Glória: há pouco tempo ficamos, praticamente, uma semana sem água,
exatamente porque rompeu uma das canalizações. A empresa que foi contratada
pelo DMAE fez um serviço medíocre, que precisou ser complementado por técnicos
do DMAE. Tudo isso serviu para que se abrisse os olhos e para que nossas
atenções fossem voltadas para um deterioramento dos serviços que estão sendo
prestados para o fornecimento de água da Cidade. É alguma coisa que merece a
atenção desta Casa. Mas eu, também acredito porque a Administração Popular
volta às suas vistas para satisfazer àquelas pessoas que querem asfalto diante
das suas casas e, principalmente, para aqueles que pertencem a este movimento:
para o PT continuar no poder durante duas gestões. Esse movimento popular,
formado pelo PT, praticamente, afastou esta Casa das grandes decisões de
interesse da população. Então, para satisfazer essas pessoas, tem que se
colocar asfalto diante das suas residências, locais onde reside algum cabo
eleitoral do PT. Sabe-se que são locais em que, muitas vezes, não passa
trânsito pesado, mas moram cabos eleitoral do PT. Agora, nos locais, muitas
vezes, essenciais, onde ocorre muito trânsito não existem asfalto.
Eu cito aqui
uma região; a Glória, aonde eu resido. Todas aquelas travessas da Caldre Fião,
que cortam em direção à Glória até a Aparício Borges, todas elas mereceriam uma
atenção por parte da SMOV. Acredito que elas não merecem atenção, porque
acredito que ali não morem nenhum cabo eleitoral do PT que mereça asfalto, passando
ali pela 1o de Maio, a Humberto de campos e todas as ruas que têm um
pavimento horroroso, e até parece aquela primeira rua que foi calçada, aqui no
interior do Estado, no tempo do Império. As pedras colocadas na rua 1o
de Maio e que é, praticamente, um atentado contra àqueles que tentam descer a
rua ou pelas outras que fazem a ligação da Caldre Fião até a Aparício Borges.
Agora, o que eu
vim tratar, aqui, se refere, também, ao DMAE, porque é vinculado com a
propaganda que é feita com o fornecimento de água para a Lomba do Pinheiro. Nós
já dissemos aqui, várias vezes, a respeito do caso do Beco dos Mendonças aonde
existem quarenta famílias que não recebem água. Mas eu pensava que aquela
situação se restringisse, apenas, ao Beco dos Mendonças, que não tem água e são
obrigados a tomar água de poço, água contaminada. Estou vendo, aqui, que parte
dos moradores da Lomba do Pinheiro, foi até o Ministério Público e conseguiram
que o Ministério Público se interessasse por essa situação. Eu tenho em minhas
mãos um Mandado de Notificação, aonde as pessoas vão depor no inquérito civil,
que tem o número 1468/95, que versa sobre fornecimento irregular e precário de
água na região da Lomba do Pinheiro. Tudo isso está vinculado a uma propaganda
farta, que é feita, e que dá a notícia de que os habitantes das mais diversas
regiões de Porto Alegre recebem água com fartura, que estão bem atendidos pelo
Departamento Municipal d Água e Esgoto. Mas quando vamos ver “in loco”, isso
não está acontecendo. O que as pessoas estão recebendo é asfalto.
A Cidade está
quase toda asfaltada, principalmente onde tem cabo eleitoral do PT. No Morro
Santa Tereza o asfalto foi colocado de uma forma perigosa para os moradores,
porque as casas ficaram exatamente na beira do asfalto. As pessoas descem de
suas casa e pisam no asfalto. Quem passa pelo Morro Santa Tereza e quem desce
em direção ao Morro Alto Teresópolis nota que aquelas crianças que moram por
ali correm um perigo constante, pois descem das portas de suas casas e pisam no
asfalto. Deve ter sido um pedido de algum cabo eleitoral, porque só cabo
eleitoral do PT que consegue asfalto agora. Foram asfaltadas aquelas ruas, mas
não se cuidou da segurança daquelas pessoas.
Então, o Morro
Santa Tereza é um dos locais de Porto Alegre onde a insegurança é muito grande.
E essa insegurança aumentou exatamente por causa dessa mania de asfaltar a
cidade sem se voltar para as outras necessidades que a cidade tem. Porto Alegre
vai ficando atrasada com relação às suas necessidade maiores; vai ficando de
difícil recuperação, porque os problemas vão se acumulando, enquanto o PT vai fazendo
bonitinho, asfaltando uma região e outra, para satisfazer os seus cabos
eleitorais.
Acho que esta
Casa, neste ano, poderia dar uma atenção especial para um item, que é votado
sempre quando vem o orçamento, sem maiores atenções, que é a propaganda. Nós
demos 0,7% este ano de propaganda para o PT. O PT esbanja propaganda,
entrevistando os seus cabos eleitorais para dizer que a sua administração está
ótima, colocando três minutos, de vez, no horário nobre da RBS, de certo porque
tem que fazer um convênio com a RBS para que ela não fale mal da administração
do PT. Então, coloca três minutos, de vez, em horário nobre da RBS e torna
farta a sua propaganda em todos os veículos de comunicação, principalmente, nos
veículos de comunicação da RBS. Eu acho que esta Casa, pelo menos neste ano,
deveria corrigir esta falho que nós temos cometido todos os anos na votação dos
orçamentos. Esta ano nós estamos dando 0,7% para que o PT possa entrevistar os
seus cabos eleitorais para dizer que a administração está ótima. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Lauro
Hagemann. Ausente. Ver. João Verle. Ausente. O Ver. João Dib está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Vou
continuar o meu pronunciamento anterior, dizendo que esta ano eu preciso fazer
uma campanha intensa para o combate à poluição sonora, porque eu entendo,
acredito, fui informado, estudei, que menos ruído é igual a mais saúde. Aquele
“Best Beer”, por exemplo, que me afeta a 150 metros de distância, com árvores
copadas entre a fonte sonora e o meu dormitório, durante a noite – nesta noite
que eu não conseguia dormir – eu ouvia, bum, bum, bum, bum, aí parava e eu
dizia, pô que maravilha. Aí fazia “BUM” e continuava tudo de novo, bum, bum,
bum, bum, batendo no meu ouvido. Imagina só quem morava do lado.
Como o
Prefeito, pela sua honrada assessoria, tem todos os elementos para combater à
poluição sonora, eu não admitirei que ele não faça esse combate à poluição
sonora. Agora, a vida é muito interessante, deve ser vivida com toda a
intensidade e com muita lembrança. Quando da votação da Lei Orgânica, eu
afirmava que a Dra. Marques havia entrado na Justiça, por determinação de S.
Exa. o Sr. Prefeito, pelo menos com a sua concordância, até para que atuasse
dentro da sua competência e dentro do seu dever – não foi crítica, e lembro:
não foi durante a discussão da Lei Orgânica e sim do IPTU – havia entrado com
uma Ação Judicial para retirar os invasores de terras do DEMHAB. Havia, ali
muitos cartazes.
A Assessoria de
Propaganda do PT – essa que o Vereador falava agora, que gasta muito em
reclames – colocava, imediatamente, uma agressãozinha ao PDS, mas que a Lires
também estava errada.
O que dirão,
aqueles que fizeram aquele cartaz, da pessoa do meu ilustre colega, pessoa de
quem gosto, gosto mesmo, porque dirigiu o DEP muito bem; o Dr. Vicente Rauber.
Eu gosto das pessoas pelo que elas fazem e desgosto pelo que elas fazem. Dizia
eu que não cultivo o ódio; sou um homem que tem ira profunda, instantânea, mas
que passa em seguida e não deixa resquícios. Admiro o procedimento das pessoas
mesmo que, eventualmente, elas me tenham agredido. Não é o Caso do Eng. Vicente
Rauber. Eu o admiro desde o dia em que eu o trouxe a esta Casa, para dar
explicações aos moradores e comerciantes da Assis brasil, no trecho entre o
Viaduto – aquele do qual não terminam o reparo – Obirici – lembrei-me do nome
agora – e o Estádio São José e, mais adiante, voltando novamente à Assis
brasil. Ali a Assis Brasil faz um contorno, deixando passar a Brasiliano de
Morais, o que seria a continuidade reta dela. Admirei o Vicente Rauber, porque
veio aqui, explicou, mas não só explicou, realizou, e os proprietários que
estavam apavorados, aterrorizados saíram daqui tranqüilos e, alguns dias
depois, me telefonaram, dizendo: “O homem começou a fazer as coisa que prometeu
fazer”. Por isso o admiro, mas, hoje, o Dr. Vicente Rauber entrou na
justiça porque invadiram terras do
DEMHAB, condenando aquela cartilha do PT, da Prefeitura, porque dizem que é
área verde. Mas, aquela cartilha diz que tem que fazer a diferenciação do bem
de uso público, comum e o bem dominial, que é o bem de uso público. Aí precisa
ir na Câmara fazer uma lei , pressionar os Vereadores para que aprovem.
Tenho a cartilha,
mas não me preparei, pois tive que atender a um amigo querido.
Então, vejam V. Exas. como há dois tempos, dois momentos, há duas decisões, e há uma incoerência. O prefeito vem aqui apoiar os invasores, o ex-prefeito endeusa os invasores, mas, quando invadem área do DEMHAB, vão para Justiça conseguir a posse.
E por falar em
DEMHAB vejam como as coisas são tratadas, realmente, me preocupo com as coisas
da Cidade, se o Prefeito acerta, tem meu aplauso, se o Diretor do DEMHAB
acerta, ele tem o meu aplauso, gosto do Hélio Corbellini. Mas, a honrada
assessoria do Prefeito fez com que ele me respondesse um Pedido de Informações
dizendo que tendo sido aprovada lei na Câmara para fazer aquela ação
Leopoldina, de 20 milhões de reais, não tinha necessidade de auscultar o
Conselho Deliberativo do DEMHAB. Trouxe aqui a Lei 2902, que o criou e diz o
que compete ao Conselho Deliberativo, exatamente, determinar, deliberar sobre
todas as ações que envolvam finanças, orçamento, imóveis. E esta foi feita sem
autorização do Conselho Deliberativo. A Câmara pode ter aprovado, o Senado pode
ter aprovado. Mas, a realização do evento teria que ser feita através de
decisão do Conselho Deliberativo. Admiti até que não precisasse a decisão do
Conselho Deliberativo, admiti a posterior, como mostrei até leis que fizemos
aqui transferindo dinheiro do DMAE para
a Prefeitura com a aprovação, a posteriori, pelo Conselho Deliberativo. Quando
foi proposto pelo Flávio Koutzii, Líder do PT, o Prefeito aceitou, quando não
foi o Flávio Koutzii, o Prefeito negou. São coisas em que existem dois tempos,
dois momentos e uma coerência, não, duas coerências ou duas incoerências. Eu
dizia que o DEMHAB realizou gastos de 20 milhões de reais, sem autorização
desta Casa. Eu sempre tive algumas dúvidas das coisas do DEMHAB na questão do
Leopoldina, e expressei essas dúvidas, tanto que naquela Comissão, que o Ver.
Guilherme Barbosa realizou, propôs e presidiu, na primeira Sessão, eu fiz
questão de declarar que considerava desnecessária, pois era o DEMHAB que deveria
resolver e nós fiscalizarmos, mas como havia outras razões, eu não me
manifestei mais.
Vejam a
sabedoria do Governo do Estado, o mesmo tipo de envolvimento, e o Governo do
Estado não tem Conselho Deliberativo, é a Construtora Guerino, um banco ou uma
financiadora, e os invasores. O mesmo tipo de coisa. Não sei nem por que o
DEMHAB não foi lá e tomou a peito e gastou mais 20 milhões de reais. O Estado,
é claro que não é tão rico quanto a Prefeitura, que tinha um orçamento, no ano
passado, de previsão de 250 milhões de reais e arrecadou 470 milhões, sobrou um
pouquinho, e o que faz o Estado? Diz pura e simplesmente que a Caixa Econômica
vai financiar a entrada de 2 milhões de reais e depois a Caixa Econômica vai
financiar, em 15 ou 20 anos, sem o envolvimento do Estado. Sem o envolvimento
do DEMHAB teria sido solucionado, se não houvesse o interesse político na
história. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana está com a palavra
em Comunicações.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Dez minutos, de fato, é pouco para o clima que se instala no início
dos trabalhos legislativos na nossa Câmara.
Parece que
alguns vereadores resolveram descobrir agora, um volume de problemas, bastante
desmensurado, em relação ao volume de problemas que descobriram no início do
ano passado. Alguma coisa deve ter mudado em relação ao início do ano passado
com o início deste ano. Quem sabe uma das modificações seja o fato de que neste ano, em três de outubro, nos
teremos eleições? Quem sabe as modificações sejam porque os serviços da cidade
pioraram? Eu continuo me interrogando pacientemente sobre o que justifica uma
bateria tão grande de críticas e questionamentos no início deste ano
legislativo, deste ano eleitoral. Inclino-me apensar e questionar a cidade de
que, a aproximidade do ano eleitoral faz com que o discurso, a fala e a visão,
de alguns Vereadores, se permeiem excessivamente por essa questão.
Só para resumir
o que foi falado pelos Vereadores que me antecederam, hoje, nesta tribuna: foi
questionada a política de pavimentação da Prefeitura; a política de
fornecimento de água e manutenção das redes d’água do DMAE; a política de propaganda
e publicidade da Prefeitura; a questão da poluição sonora; a questão habitacional
do DEMHAB; a questão do trânsito da Rodoviária. De fato, todos problemas que
merecem a nossa análise, mas será que dessa forma que está sendo feita? Eu
solicito ao Ver. João Dib a compreensão de que, se este Vereador dispõe de dez
minutos para abordar temas que foram abordados durante trinta minutos por
Vereadores que me antecederam, torna-se difícil para este Vereador conceder o
aparte neste momento, seguramente em uma próxima fala de V. Exa. virá uma nova
parte deste debate, e nós continuaremos a fazê-lo.
Eu início pelo
final: a questão do DEMHAB, e a comparação elogiosa que o Ver. João Dib faz ao
seu governo, ao Governo do Estado e isso é ótimo. Faz parte da sua política
partidária e pré-eleitoral. Ele está defendendo uma visão de cidade que procura
construir uma aliança que tem como centro fundamental a derrota da Administração
Popular. Então, ao abordar o problema do Jardim Leopoldina e o problema do Parque
dos Maias, ele faz uma análise bastante influenciada pela questão
pré-eleitoral, elogia o seu governo, que é o Governo do Estado, e critica o
Governo Municipal. Faz parte da disputa democrática. Agora, que o DEMHAB podia
ter rapidamente dito que ia no Parque dos Maias negociar a questão e arcar com
vinte milhões de financiamento para resolver o problema. Por que o DEMHAB não
fez isso? Por uma questão muito simples, o DEMHAB e esta Administração têm a
responsabilidade de zelar pela possibilidade e capacidade de endividamento de
um órgão que não pode correr riscos. O DEMHAB tem um limite de endividamento. O
que não podemos imaginar é que os problemas habitacionais, que afligem a esta
Cidade, possam e devam ser resolvidos todos pelo DEMHAB. Ao contrário, eu
aplaudo a intervenção concreta do governo do Estado para resolver problemas
habitacionais dentro de Porto Alegre, porque aqui dentro moram um milhão e
trezentos mil gaúchos, que, além de porto-alegresenses e além de pagarem
impostos municipais, pagam impostos estaduais. Portanto, é bom que comecemos a
fazer as contas de quanto dinheiro o Estado está destinando do seu Orçamento
para resolver problemas dos um milhão e trezentos porto-alegrenses e gaúchos
que residem nesta Cidade. Este exemplo trazido, da questão do Parque dos Maias,
seria bom de ser seguido em outros momentos.
O Ver. Luiz
Braz, permito-me dizer, começa o ano um pouco confuso, com todo o respeito que
tenho pelo Vereador, aos nossos debates travados nesta Casa, procurando uma
espécie de eixo por onde bater na Administração Popular, talvez do PT, talvez
do Orçamento Participativo e levanta uma ilação fantástica, porque decide a
eleição municipal previamente. Ele diz o seguinte: “a pavimentação comunitária
em Porto Alegre é para atender ruas onde estão os cabos eleitorais do PT”. Eu
quero aproveitar e fazer dois pedidos: peço a relação dos cabos eleitorais do
PT, até para que eu possa conhecer novos apoiadores, do PT – isso é importante
para a organização do nosso Partido; segundo, dizer que, se todos os moradores
dessas ruas são cabos eleitorais do PT, eu estou muito feliz, porque o PT já
ganhou a eleição, visto que, simplesmente, foram pavimentados, ao longo desses
sete anos, quase 200Km de vias em Porto Alegre. Se todos os moradores dessas
ruas são do PT, Ver. Luiz Braz, o futuro é promissor para a Frente Popular, e
bastante difícil para V. Exa., que pretende ganhar a eleição. Eu fiquei contente
e sugiro que V. Exa. repense nessa lógica – e, neste eixo, que está procurando
privilegiar, na intervenção e na análise da conjuntura política na Cidade, em
que eu acho que é bastante confuso e insustentável perante a opinião pública –
em que o PT escolheria e conseguiria descobrir, passando de casa em casa, a
Administração Popular, quase 200Km de ruas, em Porto Alegre, aonde moram
simpatizantes filiados ou votantes do PT.
O que pode ter
acontecido, Vereador, e isso, de fato, eu acredito que aconteceu, é que vendo o
trabalho sério, desenvolvido por esta gestão, a forma séria e coerente
implementada dentro do Orçamento Participativo para discutir aonde vão as obras
da cidade, muitos habitantes desta Cidade devem-se identificar com essa
proposta política, porque percebem que ela tem lógica, que ela tem um caminho,
que ela propõe soluções, sim, para a cidade e, portanto, se ligam a ela, e
passam a apoiá-la.
Quero também,
na medida do possível, e há dificuldade de abordar todos os temas, é óbvio,
deixar uma frase ao Ver. Reginaldo Pujol, que aborda o tema das dificuldades
quanto ao fornecimento de água em Porto Alegre. Em primeiro, reconhecer, sim,
que têm dificuldades no fornecimento de água em Porto Alegre, e eu não poderia
imaginar que Porto Alegre (no clima em que está, de qualificação de seus
serviços públicos, dentro de um país aonde os serviços públicos são de uma
carência violentíssima) fosse uma capital com níveis de saneamento e
fornecimento de água compatíveis com capitais ou com cidades de primeiro mundo,
onde se sabe que os orçamentos públicos são muito maiores. Aliás, são maiores
porque, para lá se drenam riquezas que não existem nesses países. Então, eu
analiso a situação, Ver. Reginaldo Pujol, do fornecimento de água em Porto
Alegre dentro do contexto nacional, estadual e das finanças públicas de todos
os gestores públicos que exercem suas funções dentro deste País. E eu quero
dizer aqui que Porto Alegre se orgulha, e não essa Administração, Porto Alegre
se orgulha, porque isso foi conquistado ao longo de anos e não só desta gestão,
se orgulha dos índices que têm de saneamento básico e de fornecimento de água
potável. A última estimativa de que tenho lembranças, e pode estar errada, é que
mais de 98% da Cidade tem fornecimento de água potável. Esse é o índice
imbatível, praticamente, dentro do País. Aliás, eu pediria ao Ver. Reginaldo
Pujol que trouxesse quais as capitais administradas pelo seu Partido que têm um
índice superior a esse, no fornecimento de água potável à sua população, porque
daí o debate tem relação de uma coisa com a outra.
Eu concluo,
Ver. Reginaldo Pujol, Presidente em exercício neste momento, dizendo que, sair
pela Cidade detectando um ou outro problema para trazer a esta Tribuna, pedindo
solução imediata, é muito simples. É preciso ver como é que se constituem as
soluções concretas para resolver esses problemas.
Mais um último
dado, e encerro com ele, o saneamento básico do Município da Cidade de Porto
Alegre, hoje, atinge a 83% da população sendo que – peço ao Ver. Morelli, que
tenha com este Vereador a mesma compreensão, se ele está no exercício da
Presidência, que deu ao Ver. Dib para concluir a sua intervenção – este índice
que era de 53%, no início da nossa gestão, hoje é de 83%. Muito obrigado pela
compreensão Sr. Presidente e da próxima vez tentaremos concluir nos exatos dez
minutos, desde que o tratamento seja idêntico e isonômico para todos os
Vereadores. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Antes de passamos a palavra
ao companheiro Ver. Luiz Braz para uma Comunicação de Liderança do Partido Trabalhista
Brasileiro, comunicamos ao Vereador Líder do Partido dos Trabalhadores que ele
não foi, de modo nenhum, prejudicado no seu tempo, até porque houve uma
substituição. Teve bem mais do que dez minutos, porque a contagem só começou a
correr alguns minutos após o início de seu pronunciamento. Jamais nós teríamos
essa descortesia com o eminente colega, como, de resto, não temos com nenhum
outro colega. V. Exa. terá tratamento igual a todos os outros colegas, sempre
estribado no regimento.
O Ver. Luiz
Braz está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acredito
que os partidos políticos de oposição à Administração Popular sempre procuraram
ter com as lideranças da Administração, nesta Casa, um diálogo que pudesse nos
levar a soluções dos problemas que a Cidade atravessa.
É por isso,
Ver. Henrique Fontana, que se explica o porquê que, muitas vezes, líderes da
oposição deixaram de fazer críticas, nesta Casa, buscando entendimento. Mas V.
Exa. acha que isso não foi feito, porque não estávamos em período eleitoral, e
agora, como é ano eleitoral, nós partimos para as críticas. Não é verdade.
Nenhum partido, nesta casa, agiu dessa forma. Agora, o PT não consegue explicar
o porquê – naqueles espaços de três minutos de publicidade, no “Cidade Viva”,
identifiquei três elementos vinculados ao Orçamento Participativo e ao PT sendo
entrevistados, dizendo que a Administração estava muito boa, e este o porquê –
aquela produção do programa “Cidade Viva” não entrevista pessoas
aleatoriamente. Ela não vai lá no Bairro Glória, onde o pavimento está em
péssima situação, para entrevistar as pessoas, perguntando sobre “o que acham
que o PT está fazendo”? duvido que entrem na Lomba do Pinheiro, no Beco dos
Mendonças, e perguntem à população, que está sem água, “se a Administração
Popular está trabalhando bem”. É claro que o Programa “Cidade Viva”, produzido
de maneira sábia por profissionais petistas, está a serviço da reeleição do PT.
Tem mérito o PT
que conseguiu convencer esta Casa a votar 0,7% para que a Administração fizesse
publicidade durante todo o ano. É mérito,
Ver. Henrique Fontana, eu moro na Rua Aparício Borges, ficamos uma
primeira vez, uma semana sem água, podemos suportar. Só que, de repente, passou
um mês e ficamos mais uma semana sem água. A explicação dada foi a de que “a
rede estava velha”, que a empresa contratada não foi suficiente boa para fazer
o serviço, que tiveram que vir técnicos da Administração Popular para refazer o
serviço, que tinha sido feito, com péssima técnica, pela empresa contratada.
Aí, V. Exa. pode dizer: - Mas isso é da lei das licitações, por isso tem que
ser contratada a empresa que faz o serviço pelo menor preço. Ora, acredito que
isso não justifica que numa terceira vez, aquela mesma região do Bairro Glória
tenha ficado outra semana sem água! Então, gostaria que V. Exa. pedisse aos
produtores do “Cidade Viva” que fossem até o Bairro Glória, nessas regiões, e
perguntassem às pessoas, deixassem que a população tomasse conhecimento da
opinião dessas pessoas que ficaram tanto tempo sem água potável, ou dessas
pessoas que não recebem asfalto, ou dessas que não recebem o mesmo tratamento
que outras pessoas, que moram isoladamente numa determinada rua e recebem
asfalto!
Qual é o
critério adotado pela Administração para asfaltar uma determinada rua, onde
mora um cidadão lá, no alto, dessa rua, onde não passa tráfego pesado constantemente
e, de repente, aquela rua merece asfalto? E outras que estão em péssimas
condições não são olhadas pelo PT. É claro que o PT não asfaltou apenas ruas
onde moram cabos eleitorais do PT, seria vergonhoso demais, mas estou dizendo
que existe um tratamento desigual dado às diversas regiões da Cidade. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Edi Morelli em Comunicações.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O Ver.
Antonio Hohlfeldt mencionou o belo trabalho da Diretora do DEP com relação a
sua administração, e também venho elogiar o trabalho da Sra. Lenora Ulrich.
Gostaria também de falar sobre s água, o Parque Lavoura está desde domingo sem
água. Em contatos com o DMAE, ora ele diz que há problema na bomba de
recalques, outra vez ele diz que não é problema na bomba, o problema queira ou
não queira é do DMAE.
Quando o Ver.
Luiz Braz fala que os militantes do PT são bem orientados, falam no Cidade
Viva, teve uma funcionária do Ver. João Verle, moradora da Restinga, que falou
3 minutos sobre a Administração Popular. Ora, se não é programado, manipulado,
eu não sei mais o que é.
Acrescento ao
que o Ver. Luiz Braz falou da tribuna, o PT tem dois grandes cabos eleitorais
neste ano de 1996: o Orçamento Participativo e o asfalto. Essa é a realidade.
Colocaram aqui o problema da Castelo Branco, com dinheiro próprio da Prefeitura
o que foi feito de obras nesta Cidade nos oito anos do PT?
A troca do
telhado do Mercado Público e mesmo assim não está pronto.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Não faça injustiça, porque a Companhia Cervejaria Brahma deu quinze
mil dólares para o Mercado.
O SR. EDI MORELLI: Eu não sabia disso. O restante das obras
foram de verbas repassadas pelo PIMES. Por que não solucionar, Ver. Dib, que já
foi Prefeito desta Cidade, construindo uma pista de rolamento asfáltica na
parte interna da Mauá, desviando o tráfego de automóveis nas duas mãos da
Castelo Branco? Por que o fechamento da Ramiro Barcelos? Por que não liberar o
trânsito da Ramiro Barcelos, na Zona Sul em direção a Zona norte? Porque aí
ninguém precisaria passar pelo túnel da Conceição para pegar a Castelo Branco.
V. Exa. diz que é difícil, mas a Ramiro Barcelos tinha trânsito livre de uma
ponta até a outra, só que fecharam, lá na Protásio Alves. Por que não liberar
esse trânsito?
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Gosto de ver o interesse de V. Exa. pela Cidade. Veja a Ramiro
Barcelos na parte nova da Protásio, a Jerônimo de Ornellas até a São Luiz. A
Av. Ipiranga com São Luiz foi construída com duas pistas para ter duas mãos,
mas havia uma obra no cruzamento da Protásio com a Ramiro e nunca a Ramiro foi
utilizada com duas mãos, mas com uma só. Hoje não daria para fazer o
cruzamento, até porque a idéia das duas mãos foi abandonada, e depois vai a
partir da Protásio até a Cristovão Colombo e depois até a Voluntários da
Pátria.
O SR. EDI MORELLI: V. Exa. me ajuda, dizendo que o problema foi
criado pela Administração Popular. Foi falado aqui também sobre o DEMHAB, com
respeito a invasões. Há uma invasão na parte de trás da Vila Castelo, na
Restinga, que o DEMHAB já entrou na Justiça com a solicitação de reintegração
de posse. É um direito que lhes assiste, só que os argumentos usados não
convencem. O DEMHAB argumenta que foi devastada mata nativa. Eu não sei se
Maricá é mata nativa, porque, no local, só tem Maricá e uma enorme figueira que
eles não vão fazer o que a Administração Popular fez lá em Ipanema, para fazer
um calçadão, derrubaram as árvores.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Quero lembrar da praça Parobé, onde existia uma figueira preservada
por Lei, e colocaram asfalto em torno da figueira. Queimaram, acho que com
querosene. O PT não sabe plantar.
O SR. EDI MORELLI: E os Vereadores do PT e suas assessorias
dizem que são os preservadores da ecologia. Em Ipanema, construíram, em cima
dos canteiros, um local onde o pessoal estaciona os seus automóveis. Para fazer
esta construção, eles derrubaram um monte de árvores. Eu tentei, durante três
anos e meio, autorização para derrubar uma Seringueira que estava derrubando um
sobrado. Eu levei três anos e meio e só me concederam a autorização, porque
estava prejudicando uma caixa d’água do DMAE, lá no Partenon. Quanto começou
afetar a caixa d’água, eles autorizaram. Por isso fica difícil, Ver. Luiz Braz,
quando se quer conversar com o PT sobre alguma coisa, como V. Exa. fez,
reivindicando água numa Vila da Lomba do Pinheiro e que mandaram V. Exa.
procurar o Orçamento Participativo para pôr água numa vila, quer dizer, aí é
brincadeira; se na vila não tem ninguém que interesse ao PT, não vão receber
água nunca; água o governo é obrigado a dar; a água o governo é obrigado a dar,
não tem essa conversa de que tem que ir para o Orçamento Participativo para
colocar água numa vila, não existe. Essa não existe. Portanto fica aqui, mais
uma vez entre tantas outras coisas, o meu descontentamento com o DMAE, e o Ver.
Reginaldo Pujol vem fazendo acusações, nesta tribuna, que não dá uma solução
para a falta de água no Parque Lavoura, na Juca Batista, que estão desde
domingo sem água: domingo, segunda, terça e quarta, quatro dia. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Dilamar Machado.
Ausente. Ver. Clovis Ilgenfritz. Ausente. Ver. Artur Zanella. Ausente. Com a
palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt em Comunicações.
O SR. ANTONIO HOHLFEDLT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, antecipei parte do meu comentário, neste tempo de Comunicações,
para um registro, que não é um agradecimento, apenas mais um registro de
reconhecimento à Arquiteta Lenora Ulrich que dirigiu o DEP até o final de mês
de janeiro. Conheci Lenora logo na minha entrada no PT, há muitos anos atrás,
ela trabalhou comigo junto à Fundação Vilson Pinheiro, uma Fundação que integra
o Partido dos Trabalhadores; posteriormente, na Administração do Prefeito Tarso
Genro, foi guindada à direção do DEP, e, mais do que isso, conheço Lenor Ulrich
por um outro lado da sua personalidade, que é a sua ligação com a literatura.
Para quem não sabe, ela tem dois livros de poesias publicados, por sinal
excelentes por sua qualidade, onde tive o prazer de ser o prefaciador em ambos
os casos.
Agora,
recentemente, no final do ano, moradores do Morro Santa Tereza passaram a
enfrentar um problema grave: o DMAE, num encaminhamento que eu havia feito há
meses atrás, realizou toda uma série de obras no Morro Santa Tereza, de recuperação
de toda a rede de água que é extremamente antiga; posteriormente, essa recuperação
da rede de água descobriu-se que, gerou uma série de problemas em relação à
rede de esgoto. Várias casas passaram a ser periodicamente invadidas pelas
águas, inclusive com a experiência que sofremos durante todo o mês de dezembro
e de janeiro, com as enxurradas que têm caído sobre Porto Alegre. Encaminhamos
um pedido, ao DEP, de emergência, que, independente do Orçamento Participativo,
o DEP precisava fazer a construção de uma rede subterrânea, de cerca de 100m,
com canos de grandes dimensões, para poder resolver o problema desses
moradores. Inclusive, numa das casas, seu morador perdeu inteiramente todos os
móveis por causa da enxurrada que entrou na sua propriedade.
A Dra. Lenora
designou técnicos para uma visita à área, acompanhados de moradores, fez o
acompanhamento, promoveu uma discussão com os moradores e determinou que a obra
fosse executada.
Não integro
mais o Partido dos Trabalhadores; tenho sido, às vezes, oposição dura em
algumas questões, mas faço questão de registrar a seriedade e competência com
que a Diretora do DEP trabalhou as menos nesse caso – que é o que conheço. Penso
que o DEP, na gestão atual, teve uma proeminência que, historicamente, na
Prefeitura, ainda não havia tido. Não sei se por mérito pessoal da Dra. Lenora
Ulrich, não sei se por uma decisão de Governo ou do Prefeito Tarso Genro, mas a
verdade é que o DEP se constituiu não mais naquele departamentinho que muitos
de nós, Vereadores, nos acostumamos a ver: com uma orçamentação ridícula. Lembro
que, no tempo do Prefeito Collares, o Diretor do DEP se queixava que não
conseguia verbas. Pois, o DEP se projetou e fez obras importantes na Cidade.
Obras que, diga-se de passagem, precisavam ser feitas.
Eu lembrava
aqui de quando me encontrei com a Dra. Lenora, num programa de televisão, há
duas semanas, que as obras do Arroio Passo d’Areia foram fundamentais; era
histórico aquele problema a exigir soluções na Cidade de Porto Alegre.
Portanto, meu
registro e meu agradecimento. Espero que se a agora candidata a Vereadora pelo
PT, Lenora Ulrich, vier a ocupar esta
Casa, que ela possa desenvolver aqui um trabalho tão sério quanto desenvolveu
como Diretora do DEP nesses três anos em que administrou aquele Departamento.
Por outro lado,
Sr. Presidente, falou-se, aqui, várias vezes no DMAE. Eu gostaria de dizer ao
Ver. Fontana, que tem como função fazer evidentemente, a defesa do Governo, que
também anote coisas que não são de oportunismo, pois foram denunciadas ao
Prefeito Tarso Genro no dia 22 de dezembro de 1983. O DMAE fez investimentos
errados. O DMAE tem casos de corrupção em obras. Eu formalizei isso ao Prefeito
Tarso Genro na sua posse, foram feitas algumas iniciativas de sindicâncias que
pararam no meio do caminho e nunca mais foram prosseguidas, porque se alegava
que se gastaria muito para poder comprovar.
Quero citar
agora duas questões bem pontuais, Ver. Fontana, que V. Exa. possa talvez ter
respostas. Um dia desses encaminhei, em uma distância de 15 dias, porque
aparentemente não havia sido atendido pelo DMAE um pedido de revisão e substituição
de hidrômetro e registro numa residência no Partenon. Como a pessoa teimou em
que o DMAE não havia estado lá, eu voltei a fazer contato com o DMAE, através
do Ivan, que é o Chefe do Gabinete do Diretor, e recebi agora o retorno de que
o DMAE esteve nas duas vezes, mas que não pôde fazer o conserto, porque não
dispõe de material. Ou seja: o DMAE não tem, neste momento, hidrômetros ou
registro ou equipamentos capazes de substituir entradas de redes residenciais.
Srs. Vereadores, pelo mínimo que se conheça disso, isso é calamitoso.
No caso
específico dessa residência, se arrebentar uma borrachinha de uma torneira, se
tiver que trocar uma caixa de um vaso sanitário, essa pessoa não tem como
fechar a entrada da rede de água da sua casa, porque o DMAE não dispõe de equipamento.
Ou seja, ela vai tomar um banho no tanque, na pia da cozinha ou no banheiro,
onde tiver uma torneira para trocar, uma coisinha que se fecha o registro na
rua, faz o conserto e depois abre de novo. Esses registros não estão
funcionando há muitos meses e o DMAE alega que não tem como trocar, porque não
tem equipamento. Esse é o registro que faço, Ver. Fontana. Não sei se há outros
casos, mas esse é um registro pontual, tenho o endereço, tenho tudo.
O Sr. Henrique Fontana: Eu pediria a V. Exa. que me
desse exatamente o endereço.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Dou-lhe depois, sem nenhum
problema.
Segunda
situação: vamos voltar à Lomba do Pinheiro. A associação comunitária Recreio da
Divisa, isso é em torno da parada 10-13 da Estrada João de Oliveira Remião,
essa associação de moradores me procurou, há uns 20 dias atrás, alegando que,
apesar da propaganda, o DMAE, havia instalado a nova casa de bombas, que havia
jogado a água lá para cima, de que estava resolvida a coisa, e o pessoal estava
sem água.
Na frente do
Presidente da Associação. Liguei ao DMAE, falei com o Ivan, que estranhou e
disse que ia buscar informações. Retornou e disse que não, que estava em ordem.
Só que os moradores vieram no dia seguinte, ratificando: não tinham água;
recebem água apenas de madrugada, durante 2, 3 horas, depois a água some.
Morador dessa zona não tem caixa d’água para guardar água. Esse é o problema.
Um projeto que o DMAE podia fazer, e me lembro que uma vez chegou a ser discutido,
acho que quando o Ver. Artur Zanella era Diretor do DEMHAB, é o de caixas
d’água nessas zonas, nem que fossem emprestadas para esse pessoal. Quando vem a
rede e joga a água de madrugada, enche as caixas d’água, quebra o galho do
pessoal, ou passa o caminhão pipa e enche as caixas. Esse problema tínhamos em
relação a uma das ilhas. Por que não repetir isso – os Vereadores Luiz Braz e
João Dib estão dizendo que há uma legislação votada por esta Casa -, por que
não cumprir isso? O que me preocupa, Ver. Henrique Fontana, é que, independente
de uma solução – e não contesto os números de V. Exa., de 98% de fornecimento
de água, isso é histórico em Porto Alegre, é a melhor Capital do Brasil servida
em água potável, isso nos orgulha – é que esses 2% que não têm água não são
pouca gente: 2% de um milhão e trezentos mil habitantes é muita gente com
problema de água. Parece-me que houve erros no encaminhamento da administração
do DMAE, sobretudo na transição da administração Olívio Dutra/Tarso Genro.
Não estou
dizendo isso hoje, isso está escrito e assinado por mim e dirigido ao Prefeito
Tarso Genro, quando da sua posse. Nunca recebi resposta. É um dos meus
descontentamentos em relação à administração. Preocupa-me o que possa a vir a
acontecer com o DMAE. Independente de qualidade, de percentuais, começa hoje o
DMAE, a população a sofrer as conseqüências de alguns equívocos, para dizer o
mínimo, de anterior administração do período petista no DMAE. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo quorum encerramos os trabalhos
da presente Reunião Ordinária e convocamos os Srs. Vereadores para a Sessão de
instalação da 4a Sessão Legislativa Ordinária da XI Legislatura,
sexta-feira, às 9 horas.
(Encerra-se a Reunião às
11h35min.)
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